Copel lucra R$ 1,4 bilhão, prepara privatização e aumento de dividendos

Empresa prevê privatização da Compagas para primeiro semestre de 2022

Foto: Copel

A Copel tem muito a comemorar. Em meio a mais de um ano de pandemia, a empresa registrou lucros extraordinários. No segundo trimestre do ano, a empresa teve renda bruta de R$ 1,4 bilhão, sendo cerca de R$ 1 bilhão de lucro líquido. A empresa de energia ainda não contabiliza R$ 2,5 bilhões em caixa com o fim do processo da venda da Copel Telecom e já abriu consulta pública para agora iniciar a privatização da Compagas. Neste período, a Copel promoveu pagamento de dividendos de R$ 1,3 bilhão referente a 2° parcela em 11/08 (total R$ 2,5 bilhões).

O valor de lucro é recorde novamente. O crescimento foi de 47% em relação ao mesmo período de 2020. Apenas a Copel GeT teve Ebitda de R$ 941 milhões. Isso significa 64% a mais do que o segundo trimestre de 2020. No balanço comparativo anual, enquanto o lucro bruto era de R$ 2,1 bilhões em 2020, em 2021 já está em R$ 2,8 bilhões. 

Se for comparar o crescimento apenas do faturamento líquido, a Copel segue ganhando rios de dinheiro. Nesta época do ano, em 2020, o lucro líquido atingiu R$ 1 bilhão. Agora, em seis meses de 2021, já está em R$ 1,64 bilhão. Acréscimo de 52,5%.

Os valores acima não consideram os efeitos da reclassificação contábil referentes à “operação descontinuada” da Copel Telecom. “Dessa forma, incluindo os valores provenientes das operações descontinuadas, a Copel registrou um lucro líquido de R$ 1.004,7 milhões no 2T21, montante 37,0% inferior aos R$ 1.594,9 milhões apresentados no mesmo período de 2020. Mais informações na nota explicativa nº°41 do ITR”.

Lucro e mais lucro

Na conferência de resultados, o presidente da companhia, Daniel Slaviero, comemorou os resultados. “Continuaremos com a nossa política de dividendos para nossos acionistas”. Para ele, apesar do cenário de pandemia e falta de água, “é com alegria que a gente registra mais um crescimento da arrecadação. Ainda tivemos três notícias que trazem impacto com o recebimento de recursos do Governo do Paraná, antecipação do pagamento da CRC (R$ 1,4 bilhão) e completa privatização da Copel Telecom. Agora nossa prioridade está no processo de desinvestimento da Compagas”, sinaliza o presidente da Copel. Ele disse que não deve manter a concessão da Compagas, embora haja essa possibilidade, renovando a concessão e privatizando a companhia dentro do primeiro semestre de 2022.

O presidente Daniel Slaviero ainda comentou a venda do prédio no centro de Curitiba e a locação dos trabalhadores na sede Copel Km3. Com isso, se reduz custos e deve “aumentar o trabalho colaborativo e a sinergia entre os funcionários”.

Prioridade é reduzir despesas com pessoal próprio

A empresa também destacou aos acionistas a política de redução de funcionários e de pagamento do lucro. Segundo Adriano Rudek de Moura, CFO da Copel, este é o maior custo gerenciável, sendo que houve redução de 29,3% do PMSO (pessoal, materiais, serviços e outros). Foram quase 2 mil profissionais desligados nos últimos anos (mais de 22% do quadro), sendo 427 empregados com o PDI. Com isso, a estimativa é de mais economia para a companhia a partir da mudança da lei de distribuição de lucros para os funcionários. 

“A expectativa é reduzir pela metade o PLR de 400 milhões pagos em 2020”, calcula. O quadro de pessoal da Copel encerrou o segundo trimestre de 2021 com 6.593 empregados. As maiores reduções são na Copel Distribuição, caindo de 5746 empregados em 2017 para 4586 empregados em 2021, e na Copel Telecom que possuía 649 funcionários e agora não tem mais nenhum. Na contramão, as despesas com serviços de terceiros aumentaram 22% no mesmo período.

Copel Telecom

A Copel Telecom registrou um EBITDA de R$ 59,3 milhões, um aumento de 12,6% ante um EBITDA de R$ 52,6 milhões registrado no 2T20. Este resultado reflete (i) o registro de R$ 18,2 milhões em Outras receitas operacionais, decorrente de decisão judicial liminar que suspendeu a inclusão do ICMS na base de cálculo do Pis.

Pagamento de Dividendos

 No dia 11 de agosto de 2021, conforme deliberado pelo Conselho de Administração na 217ª Reunião Ordinária, realizada em 04 de agosto de 2021, e em consonância com a Política de Dividendos aprovada em 20 de janeiro de 2021, a Companhia realizou o pagamento de R$ 1.017,8 milhões, a título de proventos do Exercício de 2020 e R$ 257,5 milhões referente à 2ª parcela dos Proventos Intermediários, totalizando R$ 1.275,3 milhões.

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