Mulheres perdem emprego e renda com pandemia

Da trabalhadora informal a com ensino superior, condições pioraram em um ano

Foto: Leandro Taques

O diagnóstico da pandemia de Covid-19 é especialmente mais agressivo para as mulheres. Em um ano de coronavírus, elas sofreram mais com a contaminação e com a perda de empregos e renda. É o que mostra relatório produzido pelo DIEESE para o 8 de março.

Segundo o estudo, parcela expressiva de mulheres perdeu sua ocupação no período da pandemia e muitas nem buscaram uma nova inserção. Entre o 3º trimestre de 2019 e 2020, o contingente de mulheres fora da força de trabalho aumentou 8,6 milhões, a ocupação feminina diminuiu 5,7 milhões e mais 504 mil mulheres passaram a ser desempregadas.

O levantamento que tem dados da PNADC ainda apresenta que a taxa de desemprego das mulheres negras e não negras cresceu 3,2 e 2,9 pontos percentuais, respectivamente, sendo que a das mulheres negras atingiu a alarmante taxa de 19,8%.

No Paraná, o desemprego entre as mulheres saltou de 10,7% para 11,3%. Já a porcentagem de mulheres ocupadas caiu de 41,4% em 2019 para 37,5% em 2020. Embora as paranaenses tenham tido ligeiro aumento de renda de um ano para outro, a diferença para homens ainda é grande. R$ 2194 para elas e R$ 2864 para eles.

“Essa crise sanitária, econômica e social reforçou a distância salarial entre homens e mulheres, em 2020, elas seguiram ganhando menos, mesmo quando ocupavam cargos de gerência ou direção, para elas a hora paga foi de R$ 32,35 e para eles, de R$ 45,83 ou com a mesma escolaridade: elas ganhavam em média R$ 3.910 e eles, R$ 4.910”, mostra o estudo.

Contaminadas

As mulheres são maioria entre as contaminadas por Covid-19, no Paraná. Dos 720 mil casos registrados pela SESA, 385 mil casos (54%) são mulheres. Por outro lado, a taxa de mortalidade das mulheres é menor: 42%.

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