O diretor da Copel, Thadeu Silva, comparou os funcionários da empresa a “PORCOS DE GRANJA”. O termo foi usado para “separar” os profissionais que avançam na carreira com aqueles que não conseguem o selo PMP (Project Management Professional). O comentário foi feito na rede Linkedin. Ele fere o Código de Conduta da empresa e repercutiu mal entre os copelianos.
Ao parabenizar um colega pelo certificado, Thadeu Silva, que é diretor de Operações e Manutenção da Copel Geração e Transmissão, mostrou o que pensa sobre seus colegas de profissão sem a mesma qualificação. “Seja bem vindo ao seleto time dos PMPs! Agora, não tem espaço para “porco de granja”! Mete bronca em Colider, pois teremos outros tantos projetos pela frente!”, comparou.
A expressão demonstra desprezo aos colegas, pois denota que os “porcos de granja” são animais confinados, ignorantes e prontos para o abate. A expressão, além de chula e de demonstrar desprezo pelos trabalhadores que movem a empresa, causa espanto porque parte do alto escalão da Copel, revelando como pensa quem é responsável por dirigir e motivar as equipes. Ela é usada logo após a Copel encaminhar aditivo ao PLR mudando a forma de cálculo do pagamento de seus “porcos de granja”.
Além disso, demonstra visão deturpada e despreparo sobre a realidade brasileira em que cada vez mais o mercado de “porcos de granja” se torna lucrativo no país. De acordo com o Cepea, o Brasil registrou um ano positivo em 2020 no mercado de suínos e espera a manutenção dos números em 2021 com foco na exportação.
“A demanda externa por carne suína deve continuar firme, sustentada pelas compras chinesas, ao passo que a procura interna deve ser favorecida pela possível retomada econômica”, projeta o Cepea.
Sendo assim, ser “porco de granja” tanto no mercado suíno quando na Copel, empresa que bate recordes de lucratividade, revela uma alta capacidade de trabalho, de gerar renda e de sustentar desde porquinhos a suínos “Landrace” que estão no topo da cadeia de geração e transmissão.
Processo disciplinar e pedido de desculpas
Por outro lado, embora devam ser valorizados os “porcos laranjas”, devem ser repreendidos aqueles que tentam minimizar publicamente esses trabalhadores, conforme o próprio Código de Conduta da Copel.
Se a empresa realmente tem o compromisso de apoiar, proteger e preservar os direitos humanos e as relações de trabalho, adotando políticas e práticas que contribuam para este fim, se espera que no mínimo seja aberto um processo disciplinar para que Thadeu Silva, diretor de Operações da Copel GeT, conduza publicamente, virtualmente e até privadamente suas relações com os funcionários não tão bem qualificados quanto ele com objetivo de promover a “harmonia, solidariedade, dignidade, respeito, transparência e lealdade”, além de aprender a “aceitar, respeitar e valorizar a diversidade”.
O Senge-PR, nesta nota de repúdio, vai solicitar um pedido formal de desculpas do bem formado executivo e acionar a Copel para questionar se a empresa compactua com opiniões de seus diretores com relação aos seus funcionários.
OUTRO LADO
Posteriormente em sua rede social, o diretor de operações da Copel Geração e Transmissão disse que houve um equívoco em suas palavras. “Entendo que errei ao trazer à público, em termos que soam indevidos quando lidos de forma descontextualizada, um diálogo pessoal e feito de forma descontraída. Jamais pretendi ofender ninguém e peço desculpas caso o entendimento tenha sido contrário ao meu”, disse Thadeu Silva.