Governador e presidente da Copel e Copel Telecom durante leilão de empresa de banda larga. Foto: Rodrigo Félix Leal. 
Manoel Ramires/Senge-PR
Em um clima bastante animado com os acionistas privados, os presidentes da Copel, Daniel Slavieiro Pimentel, e da Telecom, Wendell Oliveira, apresentaram os resultados financeiras da empresa de energia paranaense e o “sucesso” da privatização da empresa de banda larga que ocorreu no último dia 9 de novembro. A Copel registrou lucro EBITDA (sem descontar juros e outros encargos) de R$ 3,5 bilhões em nove meses de 2020. O lucro líquido bateu a marca de R$ 2,7 bilhões, sendo que R$ 680 milhões foram apenas no terceiro trimestre. Após a conferência, as ações da CPLE3 que abriram perto de 1% chegaram a 8,14% até o fechamento do texto.
Nem mesmo a pandemia de Covid-19 atrapalhou o lucro recorde do Grupo Copel, assinalou o presidente Daniel Slaviero Pimentel. Ele enfatizou aos acionistas que o EBITDA de R$ 3,5 bilhões estão 16% acima do percentual em mesmo período do ano passado. O presidente comemorou o lucro recorde de R$ 2,7 bilhões atingindo até setembro de 2020, o que representa 90% a mais do que os três primeiros trimestres de 2019. O valor, inclusive, é R$ 300 milhões acima do que foi proposto no leilão da Copel Telecom, que ficou em R$ 2,395 bilhões.
“A Copel teve pouco impacto do Covid-19 e tem um caixa sólido, atingindo o patamar de R$ 4 bilhões. (A venda da Copel Telecom) é um marco tanto no ágio, como no valor. É a primeira privatização em 20 anos. O que importa é a gente focar em energia. Estamos felizes. A repercussão foi positiva. Estamos entusiasmados”, ressaltou Pimentel.
Os presidentes destacaram que o valor do leilão deve entrar no caixa entre maio e junho de 2021, após o negócio ser homologado pela Anatel e CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). “Os recursos, quando entrarem, vêm reforçar a estrutura de caixa”, enfatizou o presidente da Copel. Na conferência, os gestores deixaram claro que parte do valor arrecadado será utilizado para o pagamento de juros e dividendos. Alto em torno de 32%.
Esse era um dos principais alertas feitos pelo Senge-PR e pelo Fórum Paranaense em Defesa da Copel Telecom: de que o recurso seria deslocado para irrigar os acionistas. “Eles revelaram que aprovaram ontem (12) a nova política de dividendos a longo prazo da empresa e que isso será anunciado em até sessenta dias. O presidente da Copel reafirmou o que já havíamos denunciado de que usaria recursos da venda em parte para aumentar os dividendos aos acionistas”, esclarece Leandro Grassmann, presidente do Senge-PR.
De acordo com Wendell Oliveira, o montante de R$ 2,395 bilhões deve ser liberado após a assinatura do contrato e a aprovação das agências reguladoras. “Estamos na fase de análise de documentação para validar o negócio. Vamos assinar o contrato na metade de janeiro. O processo deve se concluir em junho”, programou.
Telecom lucrou no período de sua privatização
Após registrar EBITDA negativo de R$87,5 milhões no terceiro trimestre de 2019, a empresa que acaba de ser vendida teve saldo positivo de R$ 43,6 milhões apenas no terceiro trimestre de 2020.
Ratinho quer renovar para leiloar a Compagas
Soou como música aos ouvidos dos acionistas quando os representantes da Copel detalharam que o leilão da Compagas deve ter início a partir da metade de 2021. É a confirmação da fala do governador Ratinho Junior que reafirmou a privatização de 4 mil quilômetros de estradas, aeroportos e pátio do Detran.
Antes do leilão, no entanto, o Governo do Estado precisa confirmar a renovação da concessão pública. Havia um impasse jurídico sobre se era 2019 ou em 2024. O governo ganhou uma ação e a expectativa de que a confirmação da concessão se consolide até o meio do ano. Após isso começa o processo de venda da Compagas.
