Dos quatro blocos arrematados no Leilão da ANP pelo consórcio com a participação da estatal paranaense dois são para a exploração de gás de xisto pelo método “fracking”, um dos processos mais nocivos ao meio ambiente, que pode comprometer o desenvolvimento de uma das regiões mais fortes do estado na produção agrícola e de avicultura e suinocultura e próxima ao Aquífero Guarani.
Os blocos estão localizados na região centro-sul do Estado do Paraná (Bacia do Paraná) numa área correspondente a 11.297 km², equivalente a 7% da área total ofertada no leilão. A exploração do gás neste caso se dá por fraturamento hidráulico (injeção, sob pressão, de uma mistura de água, areia e detergentes para fraturar a rocha e deixar sair o gás), pela chamada técnica da perfuração horizontal (que permite confinar os poços à camada geológica desejada). Porém, esses recursos só são obtidos ao preço de uma poluição maciça do ambiente.
O ex-diretor do Senge-PR e ex-diretor de Planejamento e de Distribuição da Copel, Ivo Pugnaloni, é categórico ao afirmar que a exploração do gás de xisto não atende ao interesse público, além de ser altamente nociva ao meio ambiente. “Este processo, em absoluto, não atende ao interesse público”, diz.