Energia elétrica é maior responsável pelo aumento de custos da Sanepar

Senge Paraná
19.SET.2019

Por Manoel Ramires/Senge-PR

 

Pagamento de funcionários não teve o maior aumento de despesa da Sanepar. Foto: Manoel Ramires
Pagamento de funcionários não teve o maior aumento de despesa da Sanepar. Foto: Manoel Ramires

A Sanepar apresentou os seus resultados financeiros do segundo trimestre de 2019. A estatal de capital aberto obteve um lucro líquido de R$ 232,6 milhões no segundo trimestre deste ano. O valor é 8,3% abaixo do resultado líquido de R$ 253,6 milhões registrado no segundo trimestre de 2018. Por outro lado, na comparação entre os seis primeiros do ano de 2018 com 2019, o lucro líquido cresceu 2,2% de R$ 440,5 (2018) para R$ 450,1 milhões (2019).

De acordo com os números, a diminuição do faturamento foi impactado principalmente pelo crescimento dos custos e despesas de 13,8%. Este percentual tem como principais responsáveis o aumento de energia elétrica, repasses para o município de Curitiba e Maringá e materiais. As despesas com pessoal cresceram apenas 3,1% em relação ao mesmo período de 2018.

Um dos maiores impactos nos custos da Sanepar foi o “crescimento de 20,5% na energia elétrica alocada aos custos de operação, decorrente do reajuste de 15,99% na tarifa a partir de 24/06/2018, impactando integralmente em 2019 e do reajuste de 3,41% na tarifa a partir de 24/06/2019”. As despesas cresceram de R$ 92,5 milhões para R$ 111,6 milhões, na comparação dos segundos trimestres.

O aumento de despesas não significa queda na capacidade de faturamento da Sanepar. O relatório mostra que se de um lado o aumento da tarifa de energia teve impacto nas contas da empresa de saneamento, de outro, o reajuste da tarifa de água e esgoto engordou o caixa da Sanepar.

“A receita operacional bruta cresceu 7,5%, passando de R$1,098 bi no segundo trimestre de 2018 para R$1,18 bi no 2T19. Este crescimento decorre do Reajuste Tarifário Anual – IRT de 5,12% em 2018, impactando integralmente em 2019”, esclarece o relatório. No fim de junho,a Sanepar estava avaliada em R$ 8,5 bilhões, sendo que o estado possui 35,4% do capital total e 60,1% do capital votante.

Gráfico mostra crescimento do patrimônio liquido e de mercado da Sanepar
Gráfico mostra crescimento do patrimônio liquido e de mercado da Sanepar

________

Despesas*
Energia Elétrica R$ 38,9 milhões
Provisões para Contingências R$ 35,8 milhões
Pessoal R$ 15,7 milhões
Fundo Municipal de Saneamento e Gestão R$ 15,2 milhões

Economias* (despesas que diminuíram)
Plano de Aposentadoria e Assistência Médica R$ 13 milhões
Multas Ambientais R$ 700 mil (-46,7%)

*Seis meses de 2018 a seis meses de 2019

________

Curitiba e Maringá
A Sanepar também viu aumentar custos com o Fundo Municipal de Saneamento e Gestão Ambiental e Perdas Eventuais ou Extraordinárias. Houve um acréscimo de 80,2%, devido a assinatura dos novos Contratos de Programa, principalmente, com o Município de Curitiba. Se no segundo trimestre de 2018 foi repassado R$ 8,1 milhões à capital, em 2019, no segundo trimestre, foi repassado R$ 14,6 milhões.

Já ao município de Maringá foi transferido R$ 28,7 milhões no segundo trimestre de 2019. Valor que não havia em 2018 e no primeiro trimestre de 2019. Ele representa “bens incorporados ao patrimônio da Sanepar no período de junho de 1983 a fevereiro de 2014, relativos a execução de redes de água e esgoto, que foram doados diretamente à Sanepar pelos proprietários de loteamentos”.

Pessoal e ações judiciais
O aumento com pessoal foi pequeno, se comparado ao primeiro semestre de 2018 com o primeiro semestre de 2019. Subiu de R$ 508,9 milhões para R$ 524,6 milhões. De acordo com relatório, o crescimento de 3,1% decorre do pagamento plano de participação nos lucros, reajustes da data-base 2018/2019 e 2019/2020, plano de saúde e vale alimentação.

A Sanepar também apresenta número exorbitante quando trata de “Provisões para Contingências”, quando aborda o “reflexo das provisões trabalhistas em função do ajuizamento de novas ações e atualização de valores de ações já existentes”. O crescimento é de 1.830,8% na comparação do primeiro com o segundo semestre de 2019. O valor, por outro lado, é pouco mais de o dobro (130%) do que o que foi disponibilizado em igual período de 2018, segundo os gráficos.

Provisões para Contingências
R$ 1,3 milhões no segundo semestre de 2018
R$ 22,5 milhões no segundo semestre de 2019
R$ 27,5 milhões em seis meses de 2018
R$ 63,3 milhões em seis meses de 2019

Voltar a Notícias