Uma emocionante manifestação de estudantes universitários na noite de quinta-feira, 30 de maio, reuniu professores, familiares, ativistas partidários, movimentos sociais e sindicais em defesa da educação.
O ato contra os cortes no orçamento das universidades públicas federais promovido pelo governo Bolsonaro tomou dimensões para além dessa pauta e denunciou os diversos retrocessos a que a população de um país em crise econômica e política está submetida: cortes nos benefícios sociais, riscos à aposentadoria, desemprego recorde, discriminações raciais, de gênero e diversidade, ataques ambientais.
Esse foi o tom da mobilização, que aconteceu debaixo de um temporal, que atingiu Curitiba desde a madrugada e alagou a Praça Santos Andrade, local de concentração da marcha, no momento em que a Universidade Federal do Paraná restituía aos estudantes a faixa “Em Defesa da Educação” como estandarte no prédio histórico da instituição. A faixa anterior, com os mesmos dizeres, foi arrancada no último domingo, 26 de maio, por apoiadores do presidente.
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Cerca de dez mil pessoas, conforme estimativa dos organizadores, percorreram as ruas do centro de Curitiba, da praça até a Boca Maldita, ocupando as ruas da cidade às 19 horas, horário ainda de trânsito intenso de carros, chamando a atenção de quem saía às janelas dos prédios.
Havia batucada de estudantes e de blocos de rua, havia ativistas das diversas pautas de resistência e as palavras de ordem eram de unificação nesta luta: estudantes e trabalhadores. Representantes dos movimentos sindicais e sociais estavam presentes, declarando apoio à manifestação dos estudantes, que também relembraram que o 30 de maio é preparatório para os atos de rua para a greve geral da classe trabalhadora, convocada pelas centrais sindicais para o dia 14 de junho, tendo como pauta central a derrubada da Reforma da Previdência (PEC 06/2019).
Uma manifestação política, colorida, de diversas bandeiras, porque é a política que altera a vida da população e determina se uma universidade pública federal permanecerá aberta ou terá seu funcionamento inviabilizado por falta de recursos.
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Por Paula Padilha. Fotos: Leandro Taques