“Oh, Bolsonaro, tira a mão da educação”, era um dos gritos entoados pelos mais de 5 mil estudantes concentrados na Praça Santos Andrade, em frente ao prédio central da Universidade Federal do Paraná, nesta quarta, 08. Os estudantes convocaram a manifestação via internet e também através das Assembleias Estudantis que ocorreram nessa semana, após o anúncio do bloqueio na UFPR de 48 milhões de créditos orçamentários previstos para 2019. Além da UFPR, também foram atingidas com os cortes a UTFPR, o IFPR e a Unila. Mais de 500 estudantes da UTFPR e IFPr também estiveram presentes no ato.
Com o início da passeata, as ruas do centro da cidade foram sendo bloqueadas pela multidão de estudantes que deram seu recado à população. Mateus Henrique Garcia, estudante de Turismo na UFPR, lembrou que 30% de corte dos recursos para custeio da UFPR levem a paralisação de atividades. “Muitas pessoas acham que isso é só para os estudantes. Mas a UFPR gera empregos, gera relação com a cidade, com a população com serviços gratuitos. Por isso, é importante que cada estudante faça sua parte, divulgando o que a Universidade faz e o perigo que estamos correndo. ”
Da mesma forma, preocupado com a informação, o estudante Ken, do curso de Letras da UTFPR, disse que uma das formas de mobilização é divulgar. “Felizmente temos um movimento estudantil bastante forte e então na UTFPR os estudantes é que tem se organizado nessa luta. Esses cortes prejudicam a gente e a sociedade como um todo. Para que essa conscientização aconteça, estamos organizando atividades tanto na internet como na rua para divulgar nossas produções e deixar claro a relação da Universidade com a população. ”
Com faixas representando os cursos e cartazes com dizeres como “Educação não é mercadoria”, “Educação não é despesa, é investimento”, entre outros, os estudantes secundaristas, universitários e de pós-graduação mostraram que estão fortes para continuar o movimento. Para Renata, estudante de Psicologia, que antes do ato começar organizava a confecção de cartazes na praça, o objetivo é radicalizar para defender a Universidade Pública. “ Estamos nos organizando em Assembleias, temos indicativos de greve estudantil e a ideia é ter uma postura mais enfática em relação a estes cortes. Nossa postura é diferente da Reitoria. Não queremos adotar uma postura de gerenciar os cortes, de saber de onde vamos tirar para equilibrar as contas. Não, n[os queremos o recurso de volta e se for necessário, vamos parar a Universidade para que possamos tê-la de volta e inteira. ”
Na próxima quarta-feira, 15, um novo ato acontece, às 18 h, com concentração na Praça Santos Andrade.
Ana Carolina Caldas/ Brasil de Fato Paraná