Aumento do lucro para acionistas, redução no investimento para melhorias dos serviços e defasagem no quadro de funcionários dos órgãos e empresas públicas. Estas foram as características da administração de de Beto Richa (PSDB) em suas duas gestões à frente do governo do Paraná.
O Projeto de Lei 435/2016, proposto pelo governo, está entre as medidas que consolidaram a fragilização da Copel e da Sanepar durante a gestão tucana, com a aprovação da venda de ações e a alienação de bens e imóveis das duas empresas.
Foi uma carta branca dada ao governo para vender o patrimônio público, sem a fiscalização parlamentar. A votação do PL ficou com o placar de 29 deputados a favor do governo e 17 contrários.
A projeto foi alvo de severas críticas e de mobilização por parte do Senge-PR e de outras entidades sindicais e de movimentos sociais. As organizações alertavam para a apropriação puramente comercial das empresas públicas que estava em curso, com venda de ações e bens para o aumento do lucro de acionistas privados.
Ao final de 2016, o governo movimentou cerca de R$ 2 bilhões na venda de ações da Sanepar – pelo menos 85% das 207 milhões de ações vendidas foram para as mãos de fundos de investimentos e de investidores estrangeiros. No ano seguinte, o governo leiloou mais de 250 milhões de ações. Por outro lado, a população sentiu no bolso o aumento das tarifas da Sanepar, o que favoreceu ainda mais o setor privado e os investidores.
No caso da Copel, a gestão Richa optou por reduzir os investimentos e aumentar o lucro dos acionistas. Em 2017, o governo conseguiu, junto à assembleia de acionistas, elevar a divisão do lucro de R$ 282 milhões para R$ 506 milhões. Em contrapartida, meses depois a empresa anuncia a redução de R$ 545 milhões no plano de investimento do ano. Os número dos resultados da Copel revelam a fragilização sofrida ao longo da gestão tucana: o resultado líquido em 2011 foi de R$ 1,17 bilhão. Já em 2016, caiu para R$ 958 milhões.
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