As ações da Copel passaram por turbulência nos últimos dias e a variação chamou atenção do Conselho de Valores Mobiliários (CVM). O questionamento é de que informações privilegiadas poderiam estar sendo vazadas, favorecendo especulação. Em resposta, tanto a empresa quanto o Governo do Estado não esclareceram a questão. A companhia tem um diretor financeiro que tem quase R$ 1 milhão em ações.
A CVM perguntou: “Tendo em vista as últimas oscilações registradas com os valores mobiliários de emissão dessa empresa, o número de negócios e a quantidade negociada, conforme abaixo, vimos solicitar que seja informado, até 26/06/2023, se há algum fato do conhecimento de V.S.a. que possa justificá-los”.
A empresa respondeu: “A Companhia, questionou o seu acionista controlador, Estado do Paraná, sobre se teria conhecimento de informação relevante não divulgada ao mercado que pudesse justificar a oscilação atípica na cotação. O Estado do Paraná afirmou que desconhece a existência de informação relevante não divulgada ao mercado”.
Deputados Estaduais já haviam protocolado denúncia na CVM sobre irregularidades no processo de privatização da Copel. Também já haviam solicitado investigação sobre aumentos expressivos no volume de negociações das ações da Companhia em dias que antecederam a divulgação de fatos relevantes.
Além disso, um pedido de CPI da Copel busca “apurar fatos determinados relativos à existência da dívida e irregularidades na condenação da Copel em juízo arbitral com indispensável impacto nas demonstrações financeiras e suas consequentes repercussões”.
Diretoria da Copel tem ações da empresa
De acordo com o relatório, um diretor e um membro do Conselho Fiscal, detinham, direta ou indiretamente, menos de 1,0% de ações da empresa. As ações são das categorias Classe B e Units. Apenas um diretor detém 33.300 de ações Classe B e 17.100 Units. Isso equivale a aproximadamente R$929 mil.
Gleisi denuncia privatização da Copel
A presidenta Nacional do PT, Gleisi Hoffmann (PT-PR), denuncia a privatização da Companhia Paranaense de Energia por parte do governador Ratinho Junior (PSD). A Copel é eficiente, lucrativa e a maior empresa do Estado do Paraná, com mais de 6 mil profissionais.
Em suas redes sociais, Gleisi publicou: “França acabou de concluir o processo de reestatização da maior empresa de energia do país. Sabe por quê? Por conta da tarifa alta. E o Brasil continua ultrapassado nessa discussão. Foi a Eletrobras e agora Ratinho Jr quer vender a Copel. Quem paga a conta por tanta visão retrógrada é o povo. Salvem a Copel!”.