Requião diz que quer devolver ao Estado a capacidade de planejar a longo prazo

20 de agosto

O candidato do PMDB ao governo, Roberto Requião, disse que pretende devolver ao estado a capacidade de planejar a longo prazo. A afirmação foi feita na abertura do Debate Paraná, evento realizado na noite desta terça-feira, 19, no Sindicato dos Engenheiros (Senge-PR), com o apoio dos conselhos de engenharia e arquitetura Crea-PR e CAU-PR e o Sindicato dos Arquitetos (Sindarq/PR). “O déficit de engenheiros na gestão pública é um problema nacional, fruto de terceirizações absurdas. Este esvaziamento deve ser corrigido, a partir da abertura de concursos que possibilitem montar um acervo, um banco de projetos, com a oferta de um salário mínimo profissional que não nos envergonhe”, disse.

 “O déficit de engenheiros na gestão pública é um problema nacional, fruto de terceirizações absurdas. " Foto: Rafaelle Mendes/Sindarq/PR

“O déficit de engenheiros na gestão pública é um problema nacional, fruto de terceirizações absurdas” Foto: Rafaelle Mendes/Sindarq/PR

Porém, o candidato ressaltou que para cumprir o compromisso há a necessidade de avaliar as contas do Estado.”É preciso avaliar a situação econômica do Estado para, em seguida, assumir os devidos compromissos financeiros. Nos últimos três anos do meu governo, a despesa cresceu 20,73% e o ICMS cresceu 24,04%. Administramos o Estado como uma dona de casa, sem gastar um tostão a mais do que foi arrecadado. Atualmente, a despesa subiu 28,51% para uma arrecadação de 25,25%. Ou seja, estamos gastando mais”, completou.

Segundo Requião, o último orçamento de sua gestão como governador 2006 a 2010 foi de R$ 16 bilhões. “Agora, com a ST (Substituição Tributária), o atual governador retirou da economia R$ 32 bilhões. Ainda que tenha sido dobrada a arrecadação, o Paraná ocupa a penúltima posição do Brasil em investimentos como infraestrutura, saúde, formação”, observou.

A alternativa para este quadro, segundo o candidato peemedebista ao governo paranaense está no enxugamento da máquina administrativa do estado com um profundo corte nos cargos comissionados.

Pedágio – Questionado a respeito do não cumprimento dos contratos de pedágio por parte das concessionárias, fato apontado em relatório da Comissão Tripartite, da qual fizeram parte Senge-PR e Crea-PR como representantes dos usuários, Requião disse que o fator preponderante para o isso está relacionado à precariedade e fragilidade do aparato de gestão do Governo do Estado. “Acredito que o pedágio não deve acabar, contanto que apresente um preço razoável. Conheço os sistemas de rodovias de todo planeta e tenho nutrido uma admiração especial pelo sistema norte-americano. Lá, ainda que o formato seja privado, ao lado das freeways existe sempre uma alternativa pública”, disse. “Aqui no Paraná, as ações que movi, infelizmente, caíram na armadilha da lentidão da Justiça. Terminei o governo sem poder resolver este problema e o governador que me sucedeu, eleito com o financiamento dos donos do pedágio, suspendeu as ações judiciais. Defendo a retomada destas ações e deste processo”,  disse Requião.

Requião abriu a série de debates com os candidatos ao governo no Senge-PR. Foto: Rafaelle Mendes/Sindarq

Requião abriu a série de debates com os candidatos ao governo no Senge-PR. Foto: Rafaelle Mendes/Sindarq

Copel - A respeito da Copel e seu atual cenário, Requião afirmou que a empresa executa uma “mágica” pouco interessante para si própria e para os consumidores. “Pesquisa recente apontou que a energia produzida pela Copel custa R$ 2,00 o megawatt/hora, mas chega na ponta a um valor de R$ 822, ou seja, uma valorização de 4 mil porcento ao longo do processo. A Copel parou de planejar e passou a simplesmente vender energia, jogando a ineficiência da sua gestão em cima da tarifa que o consumidor compra da Copel Distribuidora. Eleito farei a transposição, um aporte de capital da Copel Geração para a Distribuidora, cobrindo o déficit que a faz ser ameaçada de perder a concessão”, prometeu o candidato peemedebista.

Desenvolvimento urbano – Tendo a política estadual de desenvolvimento urbano em pauta, o candidato disse que, em seu governo, as cidades do interior recebiam forte apoio e consultoria para a elaboração de projetos. “Terminei o mandato colocando o Paraná como o único estado a ter a regularização do Plano Diretor em 100% dos seus municípios. Hoje esse processo é clientelísta, não há mais planejamento e gestão, apenas politicagem. As verbas são distribuídas sem nenhum sentido ou verificação da importância para município e região. Isso tem que ser reavaliado”, defendeu.
Agropecuária – Para os setores da agricultura e pecuária Requião afirmou que vai retomar
programas implementados em sua gestão, como a irrigação noturna, Trator Solidário, Gado Leiteiro e o fundo de aval para garantir empréstimos a agricultores que não têm a propriedade legalizada. “Farei ainda o reforço do IAPAR e da Emater, em paralelo às políticas para superar desigualdades, dar condição de plantio e do financiamento da produção e fomentar o desenvolvimento do setor paranaense”, concluiu.

Considerações finais – Ao encerar a sua participação no Debate Paraná, Roberto Requião destacou a sua ação no Senado e sua experiência no contexto internacional verificada com a influência nociva de administrações capitalistas da América e Europa. “Entre todas as atividades que realizo, tenho aprendido muito a partir da interação com as administrações do mundo, como o Panamá, Uruguai, Itália, Grécia e Espanha”, disse. “Em todos, vejo uma pesada situação gerada pelo domínio absoluto do capital. Acredito que o capital é bom quando investido em inovação, mas a cobiça nos leva à crise”, comentou.

Sobre as metas se eleito, Requião afirmou que pretende eliminar impostos, estabelecer políticas de financiamento de desenvolvimento de inovações, implementar o imposto zero para inovação tecnológica, seja ela importada ou produzida no Brasil.

“Temos aqui um estado forte, poderoso e criativo. Temos que acabar com a desistência absoluta da competição, sob o pretexto que não podemos competir com a Ásia., estabelecendo um dique de
contenção a este tipo de raciocínio submisso”, finalizou.

Nesta quarta-feira, 20, o Debate Paraná prossegue com a sabatina do candidato do PTC ao governo, Tulio Bandeira. O evento será na sede do Senge-PR, na Rua Marechal Deodoro, 630, 22º andar, com transmissão online pela internet no endereço www.senge-pr.org.br/debateparana .

Confira abaixo a agenda completa do Debate Paraná

Tulio Bandeira, candidato do PTC – quarta-feira, 20 de agosto, das 20 h às
21h30
Gleisi Hoffmann, candidata do PT – quinta-feira, 21 de agosto, das 20h às
21h30,
Bernardo Pilotto, candidato do PSOL – sexta-feira, 22 de agosto, das 20h
às 21h30,
Ogier Bucchi, candidato do PRP – segunda-feira, 01 de setembro, das 20h às
21h30,
Beto Richa, candidato do PSDB – terça-feira, 02 de setembro, das 20h às
21h30,
Geonísio Marinho, candidato do PRTB – quarta-feira, 3 de setembro, das 20h
às 21h30
Rodrigo Tomazini, candidato do PSTU – quinta-feira, 4 de setembro, das 20h
às 21h30.

Por Daniela Licht (Assessoria de Imprensa Crea-PR – Regional Curitiba)



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